REPORTAGEM
Amigos do homem e do verde
ONG DE RECICLAGEM DEIXA GRAVATÁ
          A ong Bagulhadores do Mió estabeleceu-se em Gravatá no ano de 2004. Após dois anos de ação conjunta com um grupo de jovens, incentivando a preservação do verde, a massificação da reciclagem e ajudando os catadores, a organização saiu da cidade por falta de apoio do poder público, segundo Bernadete Aguiar, uma das integrantes das oficinas da organização.
          Desenvolver ações socioeducativas de inclusão para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e econômica. Esta foi a missão da Bagulhadores do Mió. No ano em que se instalou na região, todavia, algumas cidades do Agreste pernambucano sofriam com a enchente e foram ajudadas pela ong de outra maneira. Primeiro trabalharam no S.O.S Enchente, na qual deram atenção especial para as cidades de Gravatá, Bezerros e Caruaru. De modo paliativo, a ong fez a distribuição de mais de 500 kits higiênicos e escolares, como conta a dona de casa Maria José da Silva, 49 anos, moradora ribeirinha do Rio Ipojuca em Gravatá. "Aquele período foi um desespero. Tudo o que eu tinha era velho, mas me servia. Aí veio a chuva, e veio a enchente. Perdi tudo. A sorte foi uns kits que ajudou muito. Veio toalha, chinelo, caderno para os meninos", lembra emocionada.
          "As enchentes fazem parte do ciclo dos rios. Ultimamente, assumiram um caráter trágico, porque as pessoas invadiram o espaço dos rios para construírem as suas moradas. E ainda há o problema da poluição. O tempo passou, mas infelizmente é comum ver todo tipo de lixo que poderia ser reciclado, poluindo o Rio Ipojuca", diz Bernadete Aguiar.
          Depois da assistência imediata às pessoas que foram vítimas das enchentes, eles trabalharam de forma direta com os jovens e o meio ambiente. Por meio de oficinas de reciclagem, a Bagulhadores do Mió almejou a criação da consciência ambiental dos jovens, que aprenderam a bagulhar o melhor do lixo e transformá-lo em arte. Lição aprendida, esforço reconhecido e encomendado. A decoração natalina de Gravatá em 2005, por exemplo, foi produzida pelos 50 jovens que transformaram, o que antes era lixo, em luxo. Ações que os transformaram em agentes ambientais.


Amigos do homem e do verde

70% do lucro é para catadores

Agentes ambientais usam apenas 5% do lixo


 
 
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